As empresas familiares sempre representaram uma parcela expressiva na economia global. Compreendem aproximadamente 80% do setor empresarial. Esse modelo econômico, em muitos casos, tem se mostrado sólido, superando as crises econômicas mundiais, além de promover emprego e gerar renda. A sucessão empresarial, no entanto, representa um desafio para os empresários.
O desafio da sucessão no Brasil
No Brasil, o perfil empresarial é caracterizado por empresas que, em sua maioria, são de gestão familiar. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), cerca de 90% das empresas no Brasil pertencem a grandes e pequenos grupos familiares. Ainda, essas empresas são responsáveis pela produção de 65% do Produto Interno Bruto (PIB) e empregam formalmente 75% dos trabalhadores no país.
Apesar da importância e representatividade da empresa familiar, o progresso de uma organização é fundamentado em diversos pilares, dentre eles, a sucessão. Casos de insucesso, bem como, de empresas vulneráveis às inovações, e também, às adversidades mercadológicas, estão vinculadas a falta de um planejamento sucessório adequado.
A sucessão empresarial é um dos principais desafios para as companhias, de acordo com 40% dos empresários brasileiros . No entanto, em estudo realizado em 2021, apontou que somente 24% das empresas brasileiras detinham de um planejamento sucessório. Aliado a isso, temos os dados de fechamento das empresas, em que poucas sobrevivem a segunda geração, e raras vezes sobrevivem a terceiras ou quartas gerações.
A elaboração de um planejamento sucessório
Considerando que sociedades empresariais podem sofrer grandes impactos com a mudança de gestão, oriundas do processo de sucessão em cargos de direção da companhia, não há dúvidas que estas devem realizar um procedimento sucessório adequado.
Este processo é natural e inevitável, ou seja, é imprescindível para a companhia que os sucessores estejam preparados para o novo – gestão, tomada de decisão – sob pena de, ao não fazê-lo, estarem fadadas ao fim.
Ferramentas para auxiliar na sucessão
A Governança Corporativa age como facilitador de gestão de possíveis conflitos, atribuindo conjunto de políticas, leis, novas tecnologias, processos e preparando os sucessores para assumir a gestão do negócio.
Além disso, alguns instrumentos tradicionais de análise se destacam, como:
- Regime matrimonial;
- Possível constituição de sociedade de administração (holding ou trust);
- Formação de negócios jurídicos;
- Realização de atos em vida, doações, usufrutos ou testamentos;
- Efetivação de partilhas de cotas hereditárias após o falecimento.
É preciso entender que o planejamento sucessório de uma empresa nem sempre pode ser utilizado do mesmo modo em outra. Isso se dá em razão de suas características e para que não incorra na hipótese de se considerar que o planejamento é fraudulento em razão de dívidas.
Conclusões
Por fim, é importante considerar que o tema ainda é por vezes desconhecido, sendo necessário sua disseminação no meio empresarial. A prática do planejamento sucessório, sempre com auxílio de profissionais especializados e devidamente habilitados, contribui de maneira positiva para a continuidade e sucesso das empresas.
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